Há algo por trás de nuvens e brisas finas,
Que esconde um dilúvio flutuante,
Montanhas, desertos e vulcões,
feitos de água, ar, suspiros e frustrações.
Em cada nuvem,
deve haver um pedaço de mim,
Lançado num olhar gelado e caído de dúvida,
a interrogação dos que se entralaçam,
'como assim?'
Cada vez mais paralelos,
Num emaranhando, cada vez mais esganiçado,
Entregue as moscas, aos ratos,
Se estes alcançassem.
Nada além de um reflexo, incolor,
pitada de cinza pelo asfalto, a poça,
Deixa flutuar alguns olhares cabisbaixos.
Alguns lamentos silenciosos,
Na frequência certa, que deixa cair gotas,
Que se transformam em círculos perfeitos.
Essas pequenas perdas, transformadas em figuras
perfeitas ainda que simples,
Que distraem, por segundos.
O concreto e o meio-fio, outras testemunhas e cúmplices.
Sem falar do livro, da música, do papel e da caneta.
Todos tem um pedacinho das frustrações e dívidas
profundas e mentais
dividas.
O espaço a minha volta é único cúmplice,
Mas não único incentivador.
Nuvem.
Poça,
Concreto,
Do mais etéreo e mais discreto,
ao mais intenso e inquieto,
A inanimação me atrai,
Quando o que é vivo decepciona.
Amoxílico
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22:49
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02/12/2010
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Cicatrizes do Forbidden