5 Cartas, 3 Meses e 2 Dias

Na Morte - do passado -
Mudanças nascem, crescem e proseperam
Sou cárcere de um transformação
Que aperta e esmaga, mastigando-me
Necessária, que meu coração sufoca
Mas evoluo, eu sou apenas você
Em tudo você, até nos sofrimentos que eu não enxergo
Essa angústia que vivencio, não vem de mim
Vem do teu choro, que não enxergo nem ouço
Mas sinto profundo em cada soluço
Me aperto nas paredes dessa angústia
Que pelo amor torna-se calabouço;

Essa vontade, esse desejo
Essa gana quase infantil pela felicidade
Que ignora qualquer desesperança,
E persiste mesmo na pior das tragédias
Esse Mago que me aninha em minha própria efemeridade,
Me consola, mesmo com uma alegria sem argumentos,
Uma saudade que faz-se esperança, uma nostalgia.
Que me esconde das trevas do sofrimento
Prévio, mesmo que o imediatado bata na porta.

E esse Julgamento, essas dúvidas
Essas promessas não cumpridas
Que faço pelo imediatismo do teu sorrisso.
Mas que me puxam pelo pescoço,
Como forca que era longa demais,
Quando me atiraram nesse precipício.

Me recluso a solidão,
Mesmo que seja compartilhada
Essa lanterna, Eremita
Que ilumina discretamente,
Não me aquece, mas me anima
Mostra as vagas pistas de um futuro;
Futuro que não precede uma ilusão,
nem vivencia o presente que será passado.
Me indica à reflexão, a individualidade
Paz que encontro por vezes na saudade
Pois nem sempre te rever é o melhor remédio;
Muitas vezes a cura é se ver na fragilidade
Perceber o quanto você é necessária,
Mesmo com todo demérito;

Por fim O Louco que se demora a aparecer,
A insanidade que equilibra as coisas,
A tranquilidade, que nada tem de louca,
Que surge da despreocupação
Da tranquilidade cega de confiança,
Esta mesma que perdi, e perdi dolorosamente.
A alegria me aguarda, e eu espero
A infantilidade despreocupada que tanto sentimos falta
O sentimento de segurança sem necessidade de provas.
Só quero a paz de viver sem me preocupar em te perder,
Em perder a paz, em perder qualquer coisa.
Mas sinto cada vez mais as coisas fugindo de mim.
No fim, sei que essa paz está em me desligar de tudo
Esquecer as propriedades e os infortúnios
E me concentrar nas alegrias irresponsáveis
De quem confia e ama.
Nunca perdi minha confiança - embora tenha motivos -
E nesse sentido sou tão irreponsavelmente feliz que me orgulho.
Está na hora de confiar mais, não em nós, mas simplesmente no futuro.

Posted at às 12:11 on 25/03/2010 by Postado por Forbidden | 0 comentários   | Filed under:

120 Mil Metros

Só me afasto dos teus olhos,
Me encolho nos meus sonhos,
Que mais uma vez aparecem na minha porta.
Só quero poder acordar e ter certeza de te ver
Dormir com a certeza de acordar você.
Pelo menos no "sempre" ínfimo que é a vida,
Queria dormir com a certeza de que
A distância não nos distancia,
Os medos não nos apavoram,
E as fraquezas não nos enfraquecem.
Mas é tão difícil encontrar as amarras alguns dias...
Os nós que nos atam e seguram.
Aí é quando eu vejo teu rosto,
Sem desviar o olhar, me abstrai até de mim
Eu me torno apenas você, e só você.
Tuas palavras me devoram,
Teu espírito me consome,
Me deixo ser parte da tua alma,
Parte do teu coração.
Mas são afiadas as facas da incerteza
Esta que me afunda nas asas da fraqueza;
Tento não me desviar,
Não deixar de te olhar nos olhos.
Mas meu olhar as vezes cai,
As vezes é difícil sustentar as pálpebras.
Mas nunca deixei de sonhar, nunca deixei de acreditar.
Se deixei algo, foi de evitar pensar em você.

Posted at às 17:41 on 07/03/2010 by Postado por Forbidden | 4 comentários   | Filed under:

Faiblesse

Seus dedos que me tocam a face
Arrastam palavras soltas nos meus lábios
Meus medos somem nos teus abraços
Divago inconsciente na profundidade do teu olhar
Esvazio minha mente na tua pele leve,
Que flutua nos meus braços e se enlaça,
Nos beijos que precipito em teu rosto.

Gentilmente, se esbarra
Inquietações aquietadas por palavras simples;
Eu-te-amos em forma de dentadas,
Marcas que (dóem, porém) me lembram do teu sorrisso
- ainda que persistam em doer -
e nessa recordação encontro abrigo,
Quando de teus olhos, mesmo pouco, me distancio.

Nós que atam nós que amamos
Chama que ilumina olhos que andavam em prantos;
O timbre do silêncio é o da sua voz;
Minha mente, mesmo quando vazia
Tem teu nome escrito por todos os cantos.

A cada beijo de despedida,
Mais aguardado se torna o beijo de chegada.
A cada centímetro que tomo em sua vida,
Mais sinto teu coração como minha própria morada.

Amo e amo sem poréns.
Meu coração ao ouvir sua voz, se arrebata
Te olha e discerne de todo outro alguém
Se afoga nos teus olhos,
Se incendeia nas tuas palavras,

Amo e amo sem amarras, amo e sem limites.

Posted at às 17:36 on by Postado por Forbidden | 0 comentários   | Filed under: