Poças

Poças de chuva me afogam,
E essas tempestades só encharcam à mim...
Concordo - seus lábios me confortam,
Até mesmo quando distantes dos meus - mas perto dos meus ouvidos;
No entanto, não paro de perder minhas meias
Inundadas de lama e areia suja,
Por pisar em poças esse tempo todo.

Existe um amontoado de água suja nesse caminho,
Coisas que me ferem, e que você é incapaz de enxugar.
São as feridas que as coisas simples me causam,
Estas que você acostumou a ignorar.
As mesmas que - irônicamente - te perfuram
Mas você sabe fingir que não dóem...
Eu ainda não aprendi a te usar como toalha,
Embora você seja um calor que evapora bastante lágrimas.

Só queria a certeza de um calor, ou mesmo um entardecer morno,
Que eu tivesse alguma certeza de perdurar.
Talvez eu queira algo naturalmente impossível...
Descompassar essa simetria da minha vida,
De noites, invernos e outonos rigorosos
Que se alternam com esses verões chuvosos.

Enfim, só quero meias secas e seus lábios aquecidos.

Posted at às 17:57 on 27/05/2010 by Postado por Forbidden | 4 comentários   | Filed under:

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O quadro com meia dúzia de fotos na frente da minha cama,
É bem o retrato de uma inutilidade inerente e atemporal.
Até o curativo no meu polegar mostra como facilmente me flagelo.
Um terminar apócrifo, invalidando uma suposta recuperação.
Injustiça, talvez, comigo. Mas não totalmente.
Injustiça é um dia ter achado que era o meu motivador maior,
Agora tão pequeno, e cada vez mais desmotivante.
Não textos de versos longos que vão diminuir o que eu sinto,
Que nem o tempo, nem a tal distância, esta que eu já estou bem acostumado,
Foram capazes de modificar. Nem a aparente impossibilidade foi capaz.
A teimosia por vezes idiota me fez chegar até aqui,
E espero eu, me faça enxergar todos os valores e não as mágoas.
E esse encerramento sem dono só me piora.
Noites que só são bem dormidas, por que as lágrimas são um bom travesseiro.
E as súplicas aos que nem entre nós estão, para que me mostrem uma - só basta uma - solução, me aliviam, de certa forma.
Sinto escorrer pelos meus braços uma completa inutilidade.
Daquelas que se tem quando algo imensamente grande escorre pelos dedos,
E vc fica parado, imóvel, tentando de todas as formas sair do lugar,
Mas cada vez mais afundando numa lama de futuros despedaçados.
Não consigo ver nenhum futuro, além de uma projeção repetitiva desse presente.
Mas, sendo isso o mais doloroso, eu já estou mais que acostumado (a te ver de longe, sendo "feliz" com outros lábios encostando nos seus e perdendo as esperanças totalmente, pra dois dias depois me pegar imaginando nós dois juntos, no meio da pior aula do período).
Enfim, vou partir deonde parei. Melhor, mas...
É óbvio que não era pra ser assim. Mas está sendo, então que seja.


Desculpem o poema mal feito.

Posted at às 11:31 on 19/05/2010 by Postado por Forbidden | 3 comentários   | Filed under: