Lichtgeist

Em que escoam os versos
Nas fendas das cicatrizes abertas,
Você é o que me faz entender o que é certo;
Me afasta das minhas próprias trevas;

Eis teus olhos e teus lábios que se manifestam
Sinto que mais na minha presença,
Provocam e tranquilizam ao mesmo tempo
Ferem aliviando a dor;
Sinto longe de ti como em uma leve tormenta
Me confundindo felicidade e amor;
Partindo os pecados que ainda matenho.

Não são precisos linhas longas ou versos rebuscados;
Mas entre nós nunca são poucas as palavras e os atos;
Só são espessos e distantes; mister sejam mais estreitos
Mister sejam mais constantes, mister sejam mais intensos.

Posted at às 01:20 on 25/09/2009 by Postado por Forbidden | 0 comentários   | Filed under:

d(eu)/d(vida)....

Seja a vida em módulo
Há sempre limites;
Tendendo a pontos inalcançáveis,
Com todo rigor matemático.

Sistemas sem soluções reais,
Linhas de zeros a cada poste que ficou pra trás
Até que uma única operação os soluciona
Mesmo que seja imaginária, a solução se toma
Descoordenando meus eixos,
Invertendo meus desafetos e desapegos.

Tangente a sonhos e secante à decepções;
É parte de descontinuidades de funções,
Que não se derivam nem em meras novas razões
Sem variar, sem inflexões

Quero continuidade,
Quero simplesmente que haja solução;
Estou cansado de equações pela metade,
Com eixos faltando e a verdade;
Cansei de viver numa abcissa morta,
Quero pontos pra me dar sentido.

Minha vida é como uma função descontínua e complexa;
Cuja solução luta pra não ser simplesmente imaginária
Que se defina e se ache uma e apenas uma,
Ordenada que satisfaça o meu sistema
Resolva meus dilemas,
E que um dia eu me veja
No ponto de ordenada esta e abcissa eu mesmo
Que será o ponto onde me verei sem medo.

Posted at às 00:19 on 19/09/2009 by Postado por Forbidden | 0 comentários   | Filed under:

Aspas

Acidentes cotidianos, modulações inesperadas
Quando a vontade de esquecer se sobrepõe a coisa amada,
Como posso não ferir,
Se meus gestos se tornaram secos e pontiagudos...
Minha apatia e indiferença são facas;
Eu bem sei;
E por isso me dói cada palavra que eu deixo de lado,
cada olhar que eu desvio, cada minuto que esqueço de pensar...

Minha gana em te ver como minha luz foi tanta,
Que logo se esvaiu e agora escorrega por entre a chuva
Que cai em lágrimas por sobre meu rosto.

Despejo nos acordes e nos números
As falhas diurnas e decepções notívagas
Contadas como riscos e pontos nulos
Em retalhos de páginas mal lidas

Lábios que beijei, sem vontade...
Olhos que mal olhei,
Me dói a alma de tanto mau caráter...
Mas me fere o âmago teus olhos em partida;
Que sou eu contigo, ou minha vida?
Mas que sou eu sem ninguém, com minha sina
Me corto nos cacos do seu coração partido,
Sem remédio que me salve de pisar no vidro
Remédios, fórmulas, jardins e roupas brancas...
Lábios e lágrimas interrompendo uma dança...

Não queria ter que destruir sua noite,
Iludi-la foi mais feliz que a face da mentira
Mas sempre chega a hora do açoite,
Onde eu retorno a desprezar a minha vida...
Por sempre preferir a solidão ao coração de quem me anima,
Encarcerado nas unhas e correntes de meus defeitos...

Lágrimas sobre lágrimas, vejo-nos ambos na tristeza...
Que ilógico!

Posted at às 01:17 on 11/09/2009 by Postado por Forbidden | 0 comentários   | Filed under:

Resquício

Um passeio na grama;
Passos em falso e descentrados,
Quedas em solo falso;
Me deixo andar descalço
Nos cacos seus e de minhas aflições;
Pois há o que me faça flutuar
Sobre sua sombra a me queimar os pés.

Se em teus atos como tu és em pensamentos
Faça de tua vida, da mente um complemento;
E na minha cabeça tu não tem mais razão de estar
O que era bom agora perdeu lugar;
Pois até a tristeza que eu sentia me fazia te amar,
Foi a felicidade que matou o meu amor por ti,
Sepultou-o numa tumba de rosas e sangue seco;
Erros e desculpas lacrados com desprezo.

Foi a felicidade que matou o nosso amor
Primeiro a sua longe de mim,
E agora a minha em não pensar mais em ti;
Me faço na mente como sempre fui na realidade,
Distante de ti e do que fossemos;
Sinto como um remédio em minha'lma,
Que me traz pra longe de ti e da saudade.

É mais quente o beijo fora da tua boca,
São mais fortes os abraços sem o cheiro da tua roupa;
São mais intensos os sonhos sem tua voz,
São mais escassas as razões pra pensar sem teu olhar,
É mais saudável minha vida sem o constante pesar,
De você ser o que é...

Não a mais tempo para palavas doces
O que restaram foram frases apáticas entre nós
Não há mais sentimento nos poemas
Nem há mais força entre os nós.

Amo mais a vida sem ti do que a ti mesma!

Posted at às 02:04 on 05/09/2009 by Postado por Forbidden | 0 comentários   | Filed under: