Interlude

Por entre as pedras da calçada que gemem sob os passos descompaçados e a chuva gélida, as palavras escorrem como água. As paredes gritam mas não são ouvidas, enquanto os corvos cantam e dançam pelo ar sem que ninguém olhe para eles. Os corpos deambulam pelas ruas na busca de um significado nas palavras e nos gestos que se impregnam nas paredes e se fendem nas suas diácleses. A madeira está podre.
Nos factos já ninguém acredita, restam apenas as palavras. A poesia fundida ao lirísmo, a prosa fluente no papel. Que a tinta nunca se gaste.

Ruben, Magykeiser
26/04/2008


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