De tão efêmera és constante...

Como eu posso ficar em paz,
Se todas as minhas preocupações são você?
Como eu posso me manter feliz,
Se no que me entristece eu não posso mais mexer...

A suas fotos são facas...
Mas facas mais sutis que imaginais,
São facas que me abrem lentamente o peito,
O que doera antes, agora só me faz lembrar de ti
E isso já não dói mais tanto...
Só me retira qualquer noção de espaço,
Só me retira de qualquer matéria,
Me abstrai do mundo pra pensar em você...

Eu tento a cada dia seguir em frente,
Nadar até a praia que será minha paz,
Mas o vento me empurra sempre até você,
Sempre há uma onda que me faz submergir,
Sempre estou num barco que vira quando eu tento reagir...

Você ainda está aqui...
Mas não é mais o que eu lembro,
Já se transformou em algo diferente do que eu imagino,
Já não é mais com quem eu sonho...

Sua face já não tem a mesma alegria...
Seu espectro se esvai aos poucos,
Sua vida vai descendo ao limite do ordinário...

Eu não queria que fosse assim
Que eu fugisse de ti, fungindo de mim,
Que eu aprendesse a viver sem você,
Por ignora-la por completo...

Eu queria poder ainda ajuda-la quando preciso,
Queria ainda estar a teu lado como um amigo,
Queria encontrar eu teus braços um abrigo,
Queria dar-lhe a segurança diante do perigo,
Mas você não quis assim...

Queria que o silêncio fosse testemunha de nós dois,
Queria acreditar nas imagens da minha mente,
Queria que tudo fosse um pouco diferente,
A começar pelo meu amor...

Eu estou perdido
Desencontrado, em busca de um objetivo,
Que encontrarei longe de ti...

Eu estou perdido,
Depedaçado, reconstruindo o sentido
Que só encontrei quando você estava aqui...


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