Palavras Só(s).

Eu te ignoro, eu não te esqueço.
Cada vez mais vou acostumando meu coração,
da vontade escondida,
De como seria bom te dar um abraço...
Sinto como se amasse um cadáver, ou um fantasma...
Eu nem te vejo, nem pra me machucar um pouquinho,
Até em meus sonhos você está desbotando, desaparecendo aos poucos...
Me sinto cada vez mais longe, mais forte e mais distante
De todas as palavras que eu quero esquecer,
Mas eu me sinto mais próximo da saudade
das lembranças manchadas que eu tenho de você...
Não sinto saudade de te fazer chorar...
De te ver rapidamente sem poder olhar,
de me segurar pra não te beijar,
Sinto saudade de quando isso tudo era tão livre...
O que torna tudo ainda pior, já que é tão impossível...
Foi um momento tão sublimemente rápido,
Que é imposível reproduzir...
Qualquer dia que eu te encontrar agora,
Seria de um silêncio antagônico aos tempos onde,
Não havia assunto que não falássemos com desenvoltura,
Não havia dia em que não houvesse a vontade de ouvir sua voz,
Não havia chuva me impedisse de fazer a mais idiota visita,
A mais fútil conversa era a mais interessante,
A mais longa caminhada com você era a menos cansativa...
No fim eu não sonho mais, eu só consigo lembrar...
Lembrar de seu sorrisso, cada vez mais encardido...
Eu espero que ainda sorrias como antes...
Na verdade eu sou de certa forma atormentado com essa certeza,
Mas é uma dor que me alivia,
Me dói ter cada vez mais a certeza de que ficar longe de mim foi o melhor pra você,
Mas me alivia saber que ao menos ficar longe eu soube fazer,
E que isso te fez feliz...
No fim, eu te fiz feliz, pela abstinência...
E não estou triste, só estou sozinho...
E sozinho é inevitável olhar para onde seu rosto antes a mim sorria,
Sozinho é inevitável... Mas esse sozinho não deve durar pra sempre...
E então, tão de repente quanto eu te encontrei,
Pode ser que eu te esqueça, e pode ser que nada aconteça,
E pode ser que eu amadureça,
E um dia nos encontremos denovo não para sofrermos,
Mas para ficarmos juntos...
E então eu poder sonhar novamente...


About this entry


2 comentários:

  1. Anônimo 29 de novembro de 2008 às 15:04

    MELDELS! =O

    Perfeito!!! =D Tão autêntico. Tão real. Adorei seu poema. Jah me senti assim tantas vezes...


    MiRo Martins
    aldamirms@hotmail.com

     
  2. victor 29 de novembro de 2008 às 19:50

    Uma vez li que curar com o tempo é como assistir uma pintura secar... e é mesmo.
    O problema da memória, muitas vezes, é saber se realmente queremos nos livrar dela.
    E depois, no final, sempre temos um impulso que nos faz ir pra frente, a medíocre esperança de que os bons tempos voltem.
    Muito sincero seu escrito, parabéns forbão.