Frio

Sinto um frio estranho,
Numa tarde de calor abrasivo
Ao meu lado o copo vazio
O perambular das formigas,
Caço ar para cantar refrões pequenos,
Tusso três, quartro palavras e então silencio
Levanto, sinto em mim um peso descomunal
Deixo a música tocando,
Tomo mais um remédio.
Me abraço e me sinto abraçar o mal
Garreia minhas costas, minha garganta
Me sufoca e segura minhas pernas,
Exibe a face e meu peito arranca
Estala minhas costelas enquanto as quebra;
E eu imóvel, com frio, e no sol.
Versos melódicos me acariciam
Deixo meus olhos fecharem e balbucio
Duas palavras que não consigo explusar de mim
Cato roupas pelo chão, vejo o sol aparecer novamente
Seco o chão, as formigas sumiram tão de repente
Sinto frio que é a falta e ao mesmo tempo tua presença aqui
Sem cobertas, de peito aberto sob a janela
O Sol tímido, sucumbe ao vento pálido
Minha garganta se fere de tentar cantar.
Frio que me toma por tua falta,
Me passa os dedos de leve,
Me arrepia e me faz tremer
Sinto tua falta tanto que meu corpo se recusa a se aquecer
Só se deixa esquentar com teus braços,
O sol se humilha, e mais uma vez some.
E eu fico tremendo, sozinho com o copo vazio
Tomo mais um remédio, sinto cada vez mais frio
Frio que só me dá mais frio...
Frio.


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