Reencosto

Eu sinto minha alma se esvair
Sinto minha alma possuida
Pelas entranhas da tristeza
Corroendo-se na fronte da beleza
Eu me ajoelho diante da fraqueza
Faço-lhe súplicas de avareza
Mas meus desejos não passam de lampejos
De felicidade que insitem em aparecer
Mesmo eu não sabendo nem como vou viver
Daqui pra frente...

Eu finjo minha alegria
Diante do futuro inádiavel da sua felicidade
Quero que sejas feliz, mas pra isso terei de sair daqui
Sua felicidade perto de mim age como um veneno
Corroendo desde minhas veias
Até os caminhos mesmo que pequenos
Do meu coração...

Não quero nem que me vejas
Com minha tristeza carregada na mão
Como se ostentando a infelicidade e o prazer
de não ter ânimo nem pra maldizer...

O que você merece, você terá
Eu só gostaria de ânimo pra lutar
Lutar por mim mesmo,
ninguém mais me satisfaz

E assim eu me endureço,
Numa resoluta impaciência,
Impaciência de quem já sofreu demais,
E tem medo de arriscar ser feliz denovo.


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