Enésima

Que dor é essa que consome meu peito,
Me possui em pele, alma e respeito
Me destrua, penetra incisiva meu seio
Me consome a comer por dentro,
Temeroso, mas não recuo, rateio
Te persigo em fuga, teu colo tateio
Me afogo em águas turvas, me domina o medo;

Essa agonia que me consome,
A dor que derruba meus olhos,
Me lambe a cara o abutre do luto
Abre meu corpo e o coze disforme,

A falta de sentido ainda há de me matar
Tristeza essa que não para de me esmagar
O tempo já se tornou irrelevante,
A dor é tão profunda que me sinto ao natural...
Mas assim, companheira constante,
Ela me fere e me destrói o âmago carnal
Arrebento-me em lagrimas que não fazem cessar o mal
Me lavo o corpo em choro desesperado,
Antes doer de tua falta,
Que dor assim, sem nem querer te ter a meu lado,
Ah, a saudade era tão mais macia...
Como dói sentir a tua mão na minha...
Dói te olhar e sentir minha vida tão vazia...

Dor que me deforma,
Que me corta, que me esfola,
Que me encerra apertado,
Nas falta de futuro que me submete o teu estado...


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