Zniszczenie

Introduzida na carne, lacera e perfura
Com fome de nervos e podridão;
Devora a mente, provoca loucura.
Torna humanos cárceres de uma busca,
Rastejando sobre corpos e lama,
Em vão em direção à cura.

Fogo e poeira,
Que carregam entranhas dilaceradas pelo vento.
O senhor que descansava na cadeira,
Esperando a morte a levar tudo exceto sua carcaça.
Como se esperasse a vitória sobre a destruição,
Esta que consome e arruína, agindo em massa...

A cruz que em pé mantem-se sobre escombros
Sobre pedaços de carne e poeira de ossos;
É baluarte de um cenário devastado
Indicação do que um dia a houvera atacado,
As pedras que nela explodiram trazidas no ar
Deixaram marcas, cicatrizes de uma catástrofe.

Não vê-se mais terra, vê-se escombros
- escombros de pessoas, de concreto, de metal -
Vê se uma construção espontânea de restos
Uma engenharia natural, um amontoar de destroços
Em forma de prédio, em forma de rosto,
Em forma macabra que naquele momento,
Mais parecia pousada aconchegante e aquecida,
Frente ao frio impressionante que existia.

Esse vento, esse cheiro de morte;
O frio, e essas pedras no ar, que a pele arrassa;
Essas imagens de pessoas comuns, dilaceradas
Em sua mais fúnebre imagem, congelada
Intocada exceto pelo frio e pelo vento,
Manter-se-ão à eternidade, em seus últimos afazeres
Preocupações tão irrelevantes
Frente ao - fatal - ultimo instante.




Inspirado nas obras de Beksinki.


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