Como em um véu, caio sem ver o fim.
fluo em queda sutil,
cada vez mais tenra e frágil.
Brilha, ainda que seja escuridão,
Rasga-se em sons descontínuos;
seda, mar e céu:
Noite.
Vem a futil luz do sol,
Serenidade destronando-se em nuvens.
Os sons da cidade, as cores.
Sinto falta da queda,
Toco o chão e grito:
Lança-me em fuga pro céu,
Desmonta-me em noite, em escuro,
Invisível serei para seus olhos nus.
Quero perder a concretude do ser,
Explodir em vazio, num destroçar monocromático.
Um voar em queda e um mergulhar arrasado.
"Por quê todas as luas nunca caem do céu?"
Repousa na mente, inocula o vazio;
"Onde mais estão olhos que observam a noite?"
Depois, no céu que achou que estaria,
Recolhe-se sem conseguir se encostar, e pede:
"E o céu, para onde foi?"
Foi para trás, olhando perdido.
A vida é um nada. Sucessivo.
Véu
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- às 06:35 on 11/03/2014
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