Há dias que as palavras pesam
e os versos se tornam cansativos.
Dias em que as linhas queimam
o que o coração tenta digerir.
Até a poesia adoece, caro Poe,
e o que foi beleza amorfa,
transforma-se em Mantícora,
devorando a mente enferma.
E eu, reles e fraco bobo da corte,
faço-me poeta por alguns minutos
só para tentar explicar em palavras
a dor atroz que induz ao silêncio.
Em erro personificam-se meus dias.
Em nostalgia o tempo voa.
E se de mitos a deixar gloriosas histórias não citei nomes,
é que este Teseu não deixou rastro para sair do Labirinto.
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