Consome (te) & (me). Consome (nos).

Hoje não resta nada aqui.

Se o lúgubre se tornou lúdico,
E do átomo se fez a explosão:
Cria-me da esfera ao cúbico
Nas partículas insondáveis do coração.

E quando chorar, que não me derrame
Possua, agarre, no corpo inóspito.
Que me absorva, consuma: aranhe
O meu nada que sobeja atónito.

A moral tornar-se-á ilícita:
Efêmera a vida que se mantém
E que me matas, sinfónica e explícita:
A dita promessa de outrém.

Manter-me-ei sobre ti, inexacto,
Pelo que me tens tão imóvel
E satírico na corda sem tacto,
Morde-me, que o insolúvel a dor não dissolve.

O meu amor prantado a ti oblativo
Por demais inevitável que monândrico.
Inquebrável, e às magoas: depurativo,
Que ilustre mais que o infiel Inferno dântico .

Que hoje já não resta aqui nada.

05/05/2008
Ruben (Magykeiser)


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2 comentários:

  1. Forbidden 5 de maio de 2008 às 16:07

    Achei as rimas meio forçadas... mas tem duas estrofes boas...

    De todo, bom Magy!

     
  2. W. 6 de maio de 2008 às 02:30

    Eu gostei, achei as rimas legais e você sabe bem transformar sentimentos em palavras.

    Abraços.