a construção do vazio

há um corpo. e esse corpo está vazio, consumido nas entranhas do teu ser...
há uma voz. que se cala na esperança de ouvir a tua dizendo aquilo que omites...
há uma vela. e nessa vela um pavio que arde, queimando os meus sonhos mas ínfames...
há um quarto. quarto esse com odores bafios e rosas secas que tu pisaste...
há um copo. meio vazio e meio cheio com restos de lágrimas contidas nos olhos...
há um céu. esquecido e que ninguém vê, pois está coberto pelo tecto branco...
há segredos. segredos traídos que rasgam as entranhas da existência e me arranham por dentro...
há uma saudade. das palavras trauteantes e felizes que soltavas à minha volta...
há um amor. amor esse que me consome as entranhas e se cala com medo, ardendo por ti num coração pisado pelo tempo. amor esse que me faz chorar e esquecer-me de mim pois nunca sou visto. amor esse que vem com a saudade e com os tormentos, entrelaçado nos teus cabelos... ...e no vento.


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1 comentários:

  1. AlxSeth 18 de maio de 2008 às 17:55

    MUITO FODÃO!

    gostei da forma simples, sentimentos muito bem colocados e de uma melancolia extrema.

    Gostei bastante do poema que continue nesse ritmo e ali em "enterlaçados" não seria "entrelaçados"?