há um corpo. e esse corpo está vazio, consumido nas entranhas do teu ser...
há uma voz. que se cala na esperança de ouvir a tua dizendo aquilo que omites...
há uma vela. e nessa vela um pavio que arde, queimando os meus sonhos mas ínfames...
há um quarto. quarto esse com odores bafios e rosas secas que tu pisaste...
há um copo. meio vazio e meio cheio com restos de lágrimas contidas nos olhos...
há um céu. esquecido e que ninguém vê, pois está coberto pelo tecto branco...
há segredos. segredos traídos que rasgam as entranhas da existência e me arranham por dentro...
há uma saudade. das palavras trauteantes e felizes que soltavas à minha volta...
há um amor. amor esse que me consome as entranhas e se cala com medo, ardendo por ti num coração pisado pelo tempo. amor esse que me faz chorar e esquecer-me de mim pois nunca sou visto. amor esse que vem com a saudade e com os tormentos, entrelaçado nos teus cabelos... ...e no vento.
a construção do vazio
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- Published:
- às 17:51 on 18/05/2008
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- Cicatrizes do Rubens
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