a poesia está morta.
e o chão que eu piso tem os teus passos desenhados e as paredes reentrâncias das tuas mãos. a minha pele tem as tuas impressões digitais e os meus olhos memórias dos teus. as minhas palavras têm-te presente e o meu respirar
o compasso lento da paixão, as noites mal dormidas, a comida que não passa da boca, as veias demasiado gastas, as lágrimas tão constantes e o coração enfermo. e nesse coração
existes tu e existem paisagens. existes tu e existem pessoas. existes tu e existem sonhos. existes tu e existo
eu que não passo de um cadáver deambulante, rogando por misericórdia a um deus que não existe. eu que te tenho tatuada em mim dos pés há cabeça, e não há nenhuma borracha, nenhum diluente, nenhuma acetona, nenhuma fórmula ou composto químico que te apague de mim, porque agora eu sei
que tu sabes que a pele não vive sem o coração e nesse
coração, existimos nós.
a profundidade às 21:36
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- às 13:31 on 20/05/2008
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20 de maio de 2008 às 14:41
é um bom texto, mas não se compara as outras coisas que vc já escreveu. Pareceu sem falta de inspiração.
ali na frase: "eu que te tenho tatuada em mim dos pés a cabeça"
acho que ficaria melhor: "Eu que a tenho tatuada dos pés a cabeça"
tipo, vc usou muito a pessoa, algo que na minha opinião não precisa soou como o clássico "sair pra fora"
de resto, mais nada pra opinar! \o\ - 20 de maio de 2008 às 14:42
2 comentários: