Um mergulho em Aqueronte

Idealizei o erro perpetuado pelo preço alto de tua devoradora indecisão
Excita ainda caminhar em teus espinhos e arranhar-me por tua paixão
Desgosto cospe em mim minhas próprias fraquezas
e a solidão é sinal que Hades se encantou da tua beleza

Regurgitar o que se sente é tão infiel ao presente
que vivemos de fingir uma preocupação
que se dissipa exatamente ao soltar-mos as mãos
E insistir é só fraqueza de quem quer ser decente

Mas querida, nosso ópio se esvai ao piscar de olhos da injúria
Então mantenha sóbria essa marca de Eros bêbado em fúria
Deita e dorme, pois de mim hoje só verás indiferença
sem o vento para soprar e dissipar a nevóa densa

Que nestes esgotos que meu coração habita
ainda vejo ratos a lamber-me as feridas
Então tu, Métis infame, nega-me em Letes
e deixa-me sem barca atravessar Aqueronte


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4 comentários:

  1. Forbidden 4 de maio de 2008 às 10:48

    caralho, fodão *-*

    Adorei as rimas, amo rimas *-*

     
  2. AlxSeth 4 de maio de 2008 às 11:28

    Wall, muito foda!

    palavras bem usadas, rimas nada forçadas. Não sou nada fã de rimas mas respeito as suas porq ficaram boas.

    Ótimo poema, estréia destruidora aqui! \o

     
  3. Rúben . 84am 4 de maio de 2008 às 13:56

    Excelente \o
    Parabéns Wall. EU tinha a certeza que ia valer colocar vc aqui xD

     
  4. W. 4 de maio de 2008 às 17:32

    Valeu mesmo pessoal, fico até emocionado assim *_*(Também não curto rimas, resolvi usa-las mas fiquei com medo de ficarem forçadas.)