O Sonho

Minha sensação é a de ter acordado de um sonho...
Ou estar dormindo um pesadelo.

Eu bebo do cálice que transborda
Mergulho em um rio enegrecido,
Me contento observando os passáros cantarem
Fico feliz observando os animais pularem

Mas eu choro.

Eu olho as fotos antigas
Me refugio nas memórias
O presente está morto.

E eu imploro.

Supliquei a felicidade por tantas vezes
Fugi de mim mesmo, a face púrpura da tristeza
Mas de nada consegui, a não ser a desgraça.

Não sofro mais do que posso,
Não procuro a felicidade que não posso ter,
Não me enveredo pelas estradas das ilusões
Eu sou um cárcere da minha própria solidão
Enfiado dentro do meu próprio coração

Talvez um dia você saiba
Que minhas lágrimas não são de sofrimento...
Eu não posso sofrer pelo que não vivi

Nós nunca fomos nada
Eu fui feliz, mas foi um sonho
Que acabou em frangalhos
Reflexos do que eu mesmo sou

Minhas memórias são pedaços de amor
Mesmo sem você me amar, eu ainda me refugio nelas
Eu procuro nelas curas para a dor
Que me consome de forma indolor,
Pouco a pouco...

Graças a sofrer não há a morte do amor
Eu sofro por não o querer matar
Eu poderia viver sozinho
Eu poderia sentir ódio, ao invés de dor

Mas eu te amo, e não desperdiço meu amor.

Mas ele um dia irá me vencer,
Ele um dia há de se sobrepor
A loucura já está se esgueirando
E então será a hora de morrer
De uma vez por todas, sem dor
Ou passarei a vida lembrando
Do sonho que do qual eu acordei.


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