Para que clareie-se nas mentes o céu que vos liberta,
As vezes se faz necessário que as nuvens o cubram,
Que a fuligem dos seus prórpios sentimentos o escondam
e o privem de seu esplendor, para que talvez, a sentir a dor,
Se notem as minúcias de um céu tão comum e vagabundo aos olhos alheios,
Mas totalmente necessário aqueles que dele se fazem filhos,
Àqueles que dele retiram suas inspirações às coisas cotidianas...
Ficar sem ti foi como cair num poço sem fundo,
Em direção ao vazio que calar-se-ia só na tua presença,
Mas foi como se no meio do caminho eu tivesse achado um gravetinho
Aonde me agarrei um pouco receioso, mas que me sustentou.
Esse gravetinho não é nada que você pudesse tocar,
É algo muito mais forte e duradouro do que a reles matéria;
É um gravetinho transformado em chama dentro de mim,
que me suporta as mágoas do que um dia foi uma decepção.
Hoje te vejo como algo distante de minhas mãos,
porém próximo de minhas atitudes e gostos,
Só tu me conheces tão bem o quanto eu permiti,
E assim mesmo que te tornes alguém longe de mim,
Estarás sempre mais próxima do que pensas.
Meus sonhos já te retratam como alguém que eu amo,
Mas não alguém que eu morreria se não beijasse,
Alguém que me agrada o espírito,
E não alguém cuja cápsula material me é a única atração...
Meu cansaço não é mais algo a me tolir a vida
Em exaurido o corpo minha'lma tornou-se mais viva.
E tal como uma ave de cujo sangue surjem seus ninhos,
Que um dia abrigarão seus filhos,
A tua ausência me tornou independente,
E teus ensinamentos anteriores foram base constituinte de mim.
Só me preocupo com o que fostes nesse tempo,
O que te tornastes hoje e o quanto só possas ter ficado,
Mas me alivia a idéia de que você tem alguém que amas ao lado,
Pra talvez agir como eu agiria, em seu favor.
Portanto eu não mais me sinto trocado,
Me sinto como se tivessem arquitetado uma nova conjuntura pra nós dois
Distantes, mas ainda sim desejando o amor mútuo,
E ainda estando você com quem sonhaste, que defendeu até de mim,
e não sozinha, como meus sonhos mais egoístas desejavam.
Estamos como deveríamos estar.
Diálogos Comigo Mesmo
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- Published:
- às 09:05 on 07/09/2008
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