XXVIII

Eu te avisto me buscar, mas seus dedos não me tocam...
Sua pele é macia como a de uma deusa...
Que saudades tenho de te abraçar e sentir-te aquecer..
Lamento todos os dias cada palava que eu esqueci de te dizer...
Lamento cada gesto que não devia acontecer...
Mas aconteceu, e cá estou, exilado dentro de mim mesmo...

Me refugio nos acordes úmidos e nas palavras secas,
Fujo tentando te encontrar nos pedaços lúgubres de cada ser,
mas só encontro pedaços esparsos de um nada descontruído...
O que sou eu agora? Me sinto nu, oco e sem abrigo,
Um nada intimimamente destruído...
O que houve comigo?

Foi culpa minha, foi sua, foi o destino, foi o fim da linha?
Foi algo evitável ou foi a nossa teimosia?
Foi o que você quis querer ou o que você queria?
Foi eu que te deixei ou você que me deixou?...
Caído na lama da confusão e da derrota...
Despejado da morada do amor e da alegria,
Que sou eu agora, se não um ex-amigo da felicidade...
Um ex-irmão do amor, um passado morto-vivo e ambulante...
Que serei eu mais adiante?...
Que serei...


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