Mar de Chamas

Sinto como se minhas lágrimas fossem ácidas e corroesem meus olhos antes que eu pudesse chorar...
Sinto como se te esperasse sendo que nem mesmo meu coração eu sei controlar,
Parece que estou imóvel diante de tudo, mas eu estou prestes a voar,
Com asas de pano, mas com ventos que me empurram e me chamam,
Meus olhos já não veêm mais a mim mesmo, só o meu interior
E assim eu choro lágrimas abstratas de dor,
E assim eu imploro por pedaços rasgados da partitura onde compus o nosso amor.
Choro por pedaços inúteis do que um dia chamei de razão da minha vida,
E que agora clamam por um fim irremediável ao sofrimento nessa ferida,
Que você rasgou no meu peito.

Eu sangro a imundice de uma finitude,
Gotejando aos poucos a sujeira que restou de um fracasso,
Sem você eu sou um mar sem céu,
Opaco, sem cor e profundo,
Inundado de seres sem corpo,
Afogado em facas sem corte,
Eu sou o que sobrou de um mundo,
Que ruiu vendo a sua morte.


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1 comentários:

  1. Anônimo 10 de dezembro de 2008 às 23:09

    =O

    Bokiaberto!
    Sem palavras pra descrever minha reação a este poema.

    Continuem postando pessoal. Tow adorando acompanhar o blog.
    =D

    bjs, brasil.