Somente às minhas ocultas companhias permito saber,
O quão efusivamente desejo tocar-te a face...
O quão profundamente desejo-te o bem,
Em detrimento dos meu próprios sonhos...
Momentos privados me são momentos de privação...
Sozinho, sua ausência se torna mais notável...
No calor do travesseiro tua falta é mais constante,
Em alguns momentos chego até a senti-la...
Até me iludo em pensar que te faria feliz o meu toque...
Até que você aparece na minha frente,
Reluzindo os olhos enamorados,
Alheia ao mundo ao redor e ciente da própria alegria...
E então faz-se pó a minha ilusão,
Faz-se cinzas o meu peito,
Faz-se faísca da minha compaixão...
Que ainda insiste em ponderar:
"Que seja feliz, não comigo, mas com quem quis"
Antes eu compartilhasse desse desejo...
Quando então desistirei finalmente?
Nunca movi um músculo para ter-te em meus braços novamente...
Mas minha mente sempre alimentou a esperança no seu amor...
Mas até dele, e principalmente dele, eu devo desistir...
Mas como é duro desistir de algo tão desejado...
Meu coração pesa mais que meu corpo...
Doença Crônica
Capital
É como um céu estrelado,
As estrelas se apagam com a luz da noite,
A luz elétrica fútil e podre...
Só sobram as estrelas mais próximas ou mais brilhantes,
Assim como as vezes só se notam as luzes menos distantes,
Mesmo que no além destas existam muitas outras,
Muito mais brilhantes, muito maiores e muito mais belas...
A lua assiste um relampejar de luzes fracas todas as noites,
As luzes dos olhos que ainda choram por estrelas cada vez mais distantes,
As fracas cintilâncias de corações amargos de tão ácido que se tornaram.
As nuvens já não são mais obstáculo,
Não para os meus pensamentos,
As luzes ainda cegam meus olhos,
Que ainda marejam com pensamentos inúteis...
Como é difícil admitir que não foi NADA
Que jamais será alguma coisa,
Sendo que por meses pra mim foi tudo,
Admitir de uma vez que nunca será NADA
Eu REALMENTE amei,
Eu REALMENTE sofri,
Eu REALMENTE mudei,
Eu REALMENTE quis...
De todos os meus defeitos e erros, eu jamais fui falso...
Talvez tenha sido burro de tentar mentir coisas óbvias...
Mas estava escrito na minha cara todos os meus sentimentos,
Estavam fervendo em minhas veias todas essas palavras...
Mas não foi NADA, e jamais será alguma coisa...
Eu perdi, eu não superei e sou fraco
Eu admito ao mesmo tempo todos esses defeitos...
É tão dificil esquecer, por que é admitir mais que uma impossíbilidade,
É admitir uma incrivel e sonora DERROTA.
E uma derrota que eu perco cada vez mais...
Os 7 Mares da Minha Culpada Consciência
Navega em mim de velas abertas,
Larga tua âncora em mim e repousa
Tua mão sobre meu corpo.
Ancore-se no meu peito,
E abrigue-se nas minhas mágoas,
Corte-as ao meio e desfacele-me,
Eu sou o rio que sobrou do seu mar,
Que secou nas veias de uma solidão,
Meus pedaços boiam no meu sangue,
Meu corpo nada.
Meu ego se perdeu nas cachoeiras dos teus olhares...
Eu te amo, na mesma proporção que me afogo
Corto meu âmago em pedaços e te cobro,
Pelas pequenas mentiras no teu olhar...
Meu barco velejará,
Pra longe de ti.
Deixe-me ir, e não me faça me arrepender...
Eu vou pra longe, pra ver se o mundo é redondo
Se eu nadar até o fim dele,
Voltarei para os teus braços, um dia...
Tempestades são as palavras soltas,
Os ventos secos,
Os perfumes doces,
Os olhares cabisbaixos,
E os cabelos negros,
Que me lembram você...
Mas meu barco está em alto mar,
A deriva, solto pelo seu navio,
Aos poucos me distancio,
Até um dia ancorar em mim mesmo.
E não me faça querer pular no mar,
Nadar de volta tudo que velejei,
Não me faça seguir de bote pelo rio extenso,
Nas águas turvas da derrota superada,
Não me faça colocar tudo a perder...
Deixe-se acorar em mim, mas não me faça recair...
Crie um novo rio, abra-me em mar,
Mas não me faça querer voltar a nado...